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Mostrando postagens de 2007

MR. BEAN É VASCAÍNO

“Final do Campeonato Brasileiro de 1997, um domingo qualquer do mês de dezembro. Eu, tenso, a assistir Vasco X Palmeiras pela TV. Um empate bastava ao Vasco para o seu terceiro título. Socorro, minha mulher, sampaulina roxa, alheia ao meu drama (com certeza se roendo de inveja) estava na cozinha. Paulinho, meu penúltimo filho (na escala etária), ainda não se entusiasmava com futebol, embora já desse seus primeiros chutes, do “alto” de seus dois aninhos de idade. No quarto, dormia minha caçula Natália, com seus dois meses de vida incompletos. E eu ali, tenso, jogo 0x0. O Animal era nosso (todos sabem de quem se trata: Edmundo). Havia “comido” a bola durante o campeonato, tendo batido o recorde, até então, de 29 gols, artilheiro disparado. Mas, nem assim o Vasco marcava ... nem o Palmeiras. Final do jogo, 0x0, Vasco Campeão Brasileiro!!! Resolvi extravasar a tensão, soltando alguns rojões (aqueles foguetes de três tiros) no quintal, esquecendo que minha caçula dormia no quarto próximo (à

O ELEFANTINHO

Aos domingos, no final da tarde, os sinos da igreja repicavam convocando os fiéis para a missa, celebrada no sotaque germânico de frei Caetano. Arranchados à porta do templo, de cuias na mão, um punhado de mendigos à espera de misericórdia, e às famílias que aos poucos iam chegando, pediam esmolas em nome de Deus. Terminado o culto, a meninada descia para a praça e, à vontade, numa euforia incansável, brincava de pega-pega contornando o “Cuscuz do Major”. A fonte luminosa, ao som de música clássica, jorrava água numa coreografia sincronizada, lembrando um balé. Os pombos pontilhavam o chão do logradouro em busca do alimento, e em cíclicas revoadas retornavam para o alto da igreja, lá onde moram os sinos. No centro da praça, impávida, a estátua do homem que fez história, e que devido aos seus feitos, ficou conhecido como “O Marechal de Ferro”. Comendo pipocas ao lado do garoto Decinho, Seu Elpídio, com habitual paciência, explicava ao filho atento a importância do herói reverenciado. “F